Dra. Amanda Romie

Qual o melhor método de introdução alimentar?

Frequentemente me perguntam qual método indico de introdução alimentar, ou tem família que já chega no consultório decidida por método específico que precisa ser seguido à risca.

Existem alguns métodos mais famosos: BLW, Tradicional e Abordagem Participativa.

– MÉTODO TRADICIONAL

No método tradicional, o alimento é oferecido pelo cuidador, amassado e com a colher. A consistência vai aumentando ao longo dos meses até chegar à consistência da família com 1 ano de idade. O cuidador tem o total controle da alimentação, dos alimentos oferecidos e quantidade, e não há interação efetiva do bebê com os alimentos.

– MÉTODO BLW

No método BLW, os alimentos são oferecidos inteiros ou em cortes BLW, colocados à frente da criança para que ela explore livremente. O bebê tem o total controle do processo alimentar, com toda autonomia durante a refeição. Algumas críticas dos profissionais mais tradicionais em relação a esse método são:

  • há risco de engasgos? – As pesquisas científicas mostraram que os risco não é maior oferecendo os alimentos da forma correta
  • o bebê consegue alimentar uma quantidade adequada? – essa é uma dúvida comum, mas vai depender mais da criança. Alguns terão ótima aceitação, outros irão brincar mais com a comida do que comer efetivamente.

– ABORDAGEM PARTICIPATIVA

Pensando nessa questão da quantidade ingerida no BLW, criou-se outro método: a Abordagem Participativa. Nela o cuidador oferece os alimentos inteiros e em cortes para que a criança explore livremente, mas também oferece uma parte com a colher. Tanto cuidador quanto o bebê são agentes ativos durante o processo. Assim como o BLW, este método não permite a imposição de regras ou insistência para comer, respeitando o desenvolvimento e individualidade de cada criança

MAS E AGORA, QUAL MÉTODO ESCOLHER?

Aqui vai a dica do que realmente é importante: observe o seu bebê e permita uma alimentação com participação ativa dele, independente da consistência dos alimentos. Alguns bebês irão preferir alimentos mais inteiros, outros irão preferir amassados – nas duas formas é possível que ele participe ativamente do processo.

Assim como permitimos que a criança brinque com seus brinquedos e explore o ambiente, precisamos permitir que ela também explore aquilo que vai comer. E deixando de lado a polêmica do “amassado” ou “em cortes” (o que precisa ser individualizado), entendam que isso é o mais importante! 

Quando a criança participa ativamente da alimentação e interage com o alimento os riscos de problemas alimentares no futuro são muito menores, além de estimular a autonomia e o desenvolvimento neuropsicomotor. Nesse tipo de alimentação o bebê é agente ativo do processo, mesmo que receba alimento de um intermediador.

Como fazer? Permita que o bebê explore o alimento, toque, brinque, faça a baguncinha com ele, independente de ser oferecido amassado ou inteiro. Isso será supervisionado por você enquanto vai oferecendo alimentos (no caso da abordagem participativa) ou não (no caso do BLW).

Tente ignorar a bagunça e pense que faz parte e é saudável! 

E por aí, como vai a introdução alimentar?

Um grande beijo,

Dra. Amanda Romie

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